A nova edição do Outono em Jazz é uma aposta nos projectos criados em Portugal, oferecendo um panorama variado do jazz contemporâneo, como tem sido a marca do festival. O concerto de abertura será o mais internacional entre todos e junta a cantora Maria João ao trio de Pablo Lapidusas, pianista argentino-brasileiro radicado entre nós. Outra voz sonante é a de Salvador Sobral, que se dá a ouvir no seu novo quinteto. As grandes formações estão presentes com a Orquestra Jazz de Matosinhos, homenageando Miles Davis e Gil Evans, e o Coreto Porta Jazz liderado por João Pedro Brandão, um arrojado ensemble que aposta na música original. O último concerto é também uma proposta imperdível a lembrar o Ano França na Casa da Música: o pianista Daniel Bernardes transpõe para o jazz algumas das ideias do grande compositor Olivier Messiaen, contando com a parceria do Drumming Grupo de Percussão.
04.10 domingo · 21:30 sala suggia
Outono em Jazz
PABLO LAPIDUSAS piano
LEO ESPINOSA baixo
MARCELO ARAÚJO bateria
MARIA JOÃO voz
O pianista argentino-brasileiro Pablo Lapidusas mostra que o clássico trio de piano, contrabaixo e bateria continua a ser uma fonte inesgotável de recursos criativos. As suas composições são sofisticadas, a sua técnica imaculada e a comunicação quase telepática com o baixista cubano Leo Espinosa e o baterista brasileiro Marcelo Araújo é surpreendente. Os dois discos editados, Live in Johannesburg (2015) e Bora (2018), são reveladores da energia contagiante deste trio. Neste concerto de abertura do Outono em Jazz, PLINT junta-se à mais reconhecida e versátil cantora de jazz portuguesa, Maria João.
11.10 domingo · 21:30 sala suggia
Outono em Jazz
Concerto de homenagem à obra de Miles Davis e Gil Evans
PEDRO GUEDES direcção musical
GIL EVANS arranjos
GILENO SANTANA trompete
A Orquestra Jazz de Matosinhos homenageia Miles Davis, o grande camaleão do jazz. Quando se juntou a Gil Evans, o tempo áureo das big bands já tinha passado, mas o arranjador canadiano trouxe uma proposta arrojada: a gravação de um disco em forma de suite com uma orquestra de jazz alargada a uma instrumentação pouco comum (incluindo trompas, clarinetes, flautas e muito mais). O disco chamou-se Miles Ahead, e a ele seguiram-se outros dois a coroar esta parceria frutuosa: Porgy and Bess e Sketches of Spain. A história do jazz já não se escreveria sem estes capítulos que, segundo Miles, procuravam trazer de volta a melodia para o centro da improvisação. O solista convidado para reconstituir, ao lado da OJM, as sonoridades únicas destes discos é um mestre na criação de melodias originais e desafiantes: Gileno Santana, trompetista luso-brasileiro com intensa carreira e reconhecimento internacional.
18.10 domingo · 21:30 sala suggia
Outono em Jazz
JOÃO PEDRO BRANDÃO saxofone alto, flauta e composição
OSÉ PEDRO COELHO saxofone tenor
HUGO CIRÍACO saxofone tenor
RUI TEIXEIRA saxofone barítono
RICARDO FORMOSO trompete
ANDREIA SANTOS trombone
DANIEL SANTOS trombone
AP guitarra
HUGO RARO piano
JOSÉ CARLOS BARBOSA contrabaixo
JOSÉ MARRUCHO bateria
O Coreto é especialmente vocacionado para a apresentação de música original e regressa, esta noite, às composições do seu fundador, o saxofonista João Pedro Brandão. O grupo reúne um conjunto de figuras que têm deixado a sua marca na paisagem do jazz nacional e soma já quatro álbuns editados perante o reconhecimento da crítica internacional. Neste concerto, vagueia-se entre música escrita e improvisada, procurando espaços para cada um dos solistas de modo a realçar as suas vozes individuais e as suas afinidades. Segundo o prestigiado compositor Ohad Talmor, o Coreto traz-nos “música cheia de surpresas, cores e ideias, maravilhosamente servida por solistas inspirados”.
22.10 quinta · 21:30 sala suggia
Outono em Jazz
SALVADOR SOBRAL voz
ANDRÉ ROSINHA contrabaixo
ANDRÉ SANTOS guitarra
BRUNO PEDROSO bateria
MAX AGNAS piano
De Salvador Sobral não se espera que descanse sobre o sucesso dos seus projectos. Esta é uma nova formação, em quinteto, que continua a mostrar que o cantor é uma das personalidades musicais mais criativas da sua geração. Ao lado de músicos com quem vem colaborando nos últimos tempos está Max Agnas, um jovem pianista que surpreendeu Salvador na temporada que passou na Suécia. Apesar dos 23 anos, Max Agnas é um dos grandes nomes do jazz nórdico, com um som surpreendentemente maduro e uma linguagem livre de artifícios desnecessários. Esta será a banda a acompanhar Salvador Sobral na gravação do seu próximo disco, e aqui se levantará o véu de algumas das novas canções, juntamente com temas incluídos nos anteriores Paris, Lisboa e Excuse me.
25.10 domingo · 21:30 sala suggia
Outono em Jazz
DANIEL BERNARDES piano
ANTÓNIO QUINTINO contrabaixo
MÁRIO COSTA bateria
DRUMMING GP
MIGUEL BERNAT marimba
JEFF DAVIS vibrafone
JOÃO DIAS glockenspiel
PEDRO GÓIS vibrafone
SÜSE RIBEIRO som
EEMANUEL PEREIRA luz
“A Liturgia dos Pássaros” é uma homenagem a Olivier Messiaen, numa abordagem jazzística e moderna. Embora não se conheça particular interesse do compositor e organista francês pelo jazz, há um ponto em comum que Daniel Bernardes pretende explorar com este projecto: o culto da improvisação. O pianista parte da linguagem harmónica de Messiaen e torna-a um caminho possível para o jazz contemporâneo. Esboçando nova música e com crescente entusiasmo, rapidamente surgiu a ideia de juntar um trio de piano jazz a um ensemble de percussão. A parceria tomou forma com o Drumming GP, o mais importante ensemble nacional do género.